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Iuna Falcão mergulha nas raízes do reggae maranhense em “Umami”

  • macetemusic
  • 13 de nov.
  • 2 min de leitura

Por Juan Nobre, da Macete Music, para o Vivendo de Shows.


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A força do Maranhão pulsa em Umami, novo álbum de Iuna Falcão que chega hoje às plataformas trazendo o reggae como guia, linguagem e território afetivo. Depois do impacto de Transe, onde mergulhou nos ritmos tradicionais de São Luís como Tambor de Crioula, Bumba Meu Boi e Tambor de Mina, a artista agora volta os olhos — e os ouvidos — para outro pilar da identidade maranhense: o reggae. Um ritmo que, cada vez mais, volta ao centro da música brasileira, impulsionado por nomes como IZA e MC Cabelinho.


Em Umami, Iuna estrutura um universo sonoro de texturas densas, baixos pulsantes e camadas carregadas de reverberação, evocando o mistério do reggae roots jamaicano filtrado pela alma ludovicense. Para construir essa paisagem, reuniu nomes fundamentais e revelações do gênero: Sued Nunes, Jadsa Castro, Núbia, Anelis Assumpção, Curumin e o multiartista nigeriano CEF ASHANTA — todos escolhidos “a dedo”, como conta, pela vibração estética e emocional que trazem ao disco.


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O álbum abre com Convite, parceria com Lucas Cirillo que funciona como porta de entrada para essa jornada noturna. Em seguida, Feminina, com CEF ASHANTA, expande a mistura entre cultura popular, afrobeat, soul e reggae. A conexão entre os dois surgiu de maneira inesperada: “Ele me mandou mensagem nas redes sociais exatamente quando eu buscava alguém com personalidade forte pra somar. A troca fluiu imediatamente”, relembra Iuna.


Após o interlúdio Que Som!, em colaboração com Sued Nunes, surge Uh Mammy!, primeira faixa composta com Jadsa — parceria que também reverbera em Coração Melão, ao lado de Núbia, uma das grandes vozes da nova geração do reggae. Já a faixa-título, Umami, nasce de Iuna, Sued e Lucas Cirillo: “Essa canção foi o início de tudo. Ela abriu caminho pra esse universo sensorial que fala dos sabores do amor e das descobertas da madrugada.”


O encontro com Anelis Assumpção e Curumin traz sensualidade e experimentação para Telepatia, enquanto Lençóis evoca a poesia e a beleza dos Lençóis Maranhenses. O álbum se encerra com Seu, composição de Mayra Andrade que, cantada em crioulo, faz uma ponte afetiva entre o Maranhão e Cabo Verde — conexão presente desde Transe.


IUNA FALCÃO


Nascida em São Luís, Iuna carrega nas veias a musicalidade afroindígena do Maranhão. Estudou Artes Plásticas em Salvador, onde as vivências culturais reacenderam seu mergulho na música. Lançou seu EP homônimo em 2022 e, no ano seguinte, o álbum Transe, aclamado pela crítica, com participações de Lazzo, Xênia França e Theodoro Nagô.


Sua obra orbita temas como amor, natureza, ancestralidade e diáspora, tecendo um diálogo entre ritmos maranhenses, sonoridades baianas, jazz, MPB, eletrônica e black music. Já passou por palcos importantes como Bona (SP), Formemus (ES), Serasgum (PA), Frequências Preciosas (BA) e Porto Musical (PE).


Antes de Umami, Iuna abriu os caminhos com Coração Melão, parceria com Núbia que já antecipava o tom do álbum: respeito à tradição, mas com uma estética contemporânea, sensorial e profundamente maranhense.


Umami não é apenas um disco: é uma travessia pela noite, pela memória e pela identidade do Maranhão — uma obra que reafirma Iuna Falcão como uma das vozes mais potentes da música brasileira atual.

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