WME 2025: conferência destaca protagonismo feminino na música e celebra diversidade com parceria inédita com a Feira Preta
- Vivendo de Shows
- 4 de jun.
- 4 min de leitura
por Letícia Pinheiro, fundadora do Vivendo de Shows

De 12 a 15 de junho, a cidade de São Paulo será palco da 9ª edição do Women's Music Event (WME), consolidada como uma das mais respeitadas conferências de música do Brasil. Em 2025, o festival se reinventa com uma programação abrangente que combina shows, painéis, oficinas, mentorias, aulas de dança e uma proposta provocadora: viver a música “In Real Life”, ou seja, menos tela, mais presença.
Pela primeira vez, o WME une forças com a Feira Preta, maior festival de cultura negra da América Latina. A colaboração traz para o evento um olhar mais profundo sobre a interseccionalidade de raça, gênero e empreendedorismo, promovendo uma potente ocupação cultural da Praça Dom José Gaspar com acesso gratuito ao público, shows de Luiza Lian, Ilu Obá De Min e DJs convidados, além de uma feira com 29 empreendedoras negras.
Uma plataforma transformadora
Idealizado por Claudia Assef e Monique Dardenne, o WME nasceu em 2016 para enfrentar os desafios da desigualdade de gênero na indústria musical. Desde a estreia em 2017, a conferência se tornou referência ao reunir grandes nomes da música brasileira e especialistas do setor em um espaço de troca, aprendizado e celebração.
Este ano, o evento amplia seus horizontes com curadoria plural e descentralizada, levando o público a espaços icônicos da capital paulista, como a Heavy House, Biblioteca Mário de Andrade, Cine Joia e a Praça Dom José Gaspar.
Entre os destaques da programação estão artistas como Karol Conká, Letrux, Duquesa, Carol Biazin, Paula Lima, Jaloo, Raquel Virginia e CÉU, além de pesquisadoras, empresárias, produtoras e curadoras como Dani Ribas, Roberta Martinelli, Eliane Dias, Samantha Almeida e outras.
Tema central: “In Real Life”
Com o mote “In Real Life”, a edição de 2025 propõe um reencontro com a presença física, com o corpo e com o outro. A proposta é uma resposta à era da hiperconectividade, promovendo experiências reais e imersivas — de danças urbanas a mentorias presenciais — como forma de reconexão coletiva.
Subtítulos como “Dance mais, poste menos” e “Viver é melhor que postar” acompanham essa narrativa, reforçando a ideia de um festival que valoriza o aqui e agora.
Parceria histórica com a Feira Preta A parceria com a Feira Preta, coordenada por Adriana Barbosa, é fruto de uma convergência de propósitos.
Em entrevista, Barbosa destacou a importância da união de duas iniciativas lideradas por mulheres:
“Ao juntarmos os festivais, potencializamos não só a cultura, mas também a economia criativa negra e o empreendedorismo feminino. Mesmo com o cancelamento da Feira Preta como evento independente, mantivemos ativa sua missão através do WME.”
A Praça Dom José Gaspar será o principal ponto de intersecção entre os projetos. Lá, além da feira, haverá shows gratuitos de Ilu Obá De Min, Luiza Lian e Letrux (DJ set), todos com forte apelo simbólico, ancestral e político.
Música, tecnologia e formação
A programação do WME 2025 combina formação profissional e networking com cultura, negócios e inovação. Palestras sobre inteligência artificial e direitos autorais, curadoria musical, diversidade na indústria e DIY (do it yourself) convivem com oficinas de dança (Passinho, Vogue, Disco, Brega Funk, Hip Hop), mentorias “Olho no Olho”, painéis sobre festivalização e exibição de documentários.
Um dos momentos mais aguardados é o B2B entre Jaloo e Carol Biazin, mediado por Karol Conká. Também chamam atenção o painel "O Peso Pesado do Rap Feminino", com participação de Duquesa, e a mesa “Glocalização: o que isso significa e como impacta a cultura mundial?”, com lideranças do mercado.
A força das marcas com propósito
A edição de 2025 conta com patrocínio master da Heineken, além do apoio de marcas como Sony, UBC, ABRAMUS, The Orchard, Virgin Music, Som Livre, Tratore e ONErpm. Essas instituições não apenas financiam o evento, mas também participam ativamente da curadoria, debates e ações de conteúdo.
“O WME não é um festival apenas de performance musical. É um lugar onde se formam redes, se discutem políticas públicas e se influenciam decisões da indústria”, reforça Claudia Assef.
Programação em destaque
12 de junho (quinta-feira) – Festa de abertura na Heavy House: com show de Maria Beraldo e DJs Curol e Grazi Flores.
13 e 14 de junho (sexta e sábado) – Conferência na Biblioteca Mário de Andrade + shows gratuitos na Praça Dom José Gaspar.
15 de junho (domingo) – Encerramento no Cine Joia com shows de Anna Suav e Ajuliacosta.
Serviço
Datas: 12 a 15 de junho de 2025
Locais:
Heavy House – R. Benjamim Egas, 297, Pinheiros
Biblioteca Mário de Andrade – R. da Consolação, 94, República
Praça Dom José Gaspar – República
Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade
Ingressos: Sympla
Mais informações: womensmusicevent.com.br
Com uma proposta que combina arte, resistência, inovação e afeto, o WME 2025 se firma como um espaço de transformação da indústria musical a partir da presença, da escuta e da troca entre mulheres. Ao lado da Feira Preta, o evento amplia o debate sobre quem ocupa os palcos, os bastidores e os holofotes da música brasileira.
Comments