Walmir Borges emociona plateia com homenagem vibrante a Djavan no Teatro Liberdade
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Por Juan Nobre, da Macete Music, para o Vivendo de Shows.

Na noite desta sexta-feira (20), o Teatro Liberdade foi palco de uma verdadeira viagem pela obra de Djavan. Com um espetáculo intimista e emocionante, Walmir Borges levou o público a um passeio musical que narra a trajetória do mestre alagoano desde os primeiros passos na música até os grandes clássicos consagrados.
“Fazer um show cantando o Djavan, eu não tinha como correr disso. Toda a minha formação musical passa pela influência dele”, contou Walmir após o show. “Djavan traz um Brasil múltiplo, nas canções, nos discos, nos arranjos. Fazer esse show era muito pertinente para mim, uma celebração de tudo que eu sou, de tudo que eu ouvi, de tudo que eu vivi. Djavan, te amo, meu querido!”
O show começou com canções que Djavan gravou para novelas, aquecendo os corações nostálgicos da plateia. Em seguida, Walmir mergulhou no repertório do primeiro álbum do artista, passando depois pelo icônico disco Luz, uma das fases mais brilhantes da carreira de Djavan.

Acompanhado por uma banda de excelência — formada por Andre Freitas, Hebert Medeiros, Daniel de Paula e Carlinhos Noronha —, Walmir conduziu o público por arranjos que respeitam a essência das músicas, mas com sua assinatura única e sofisticada.

Pedro Mariano foi o primeiro convidado da noite, emocionando a todos ao interpretar "Meu Bem Querer" e "Voz no Ouvido" – essa última, composta por Jair Oliveira, mas eternizada na voz de Pedro.

Em um dos momentos mais especiais do espetáculo, Walmir assumiu o formato voz e violão para cantar sucessos e "lados B" da discografia de Djavan. A surpresa ficou por conta da participação de seu filho mais velho, Lucas, que dividiu o palco tocando violão com o pai – cena que arrancou lágrimas e aplausos da plateia.
Sobre a escolha das músicas, Walmir explicou:
“Eu faço esse show já há uns oito anos. Cada amigo que participou trouxe uma música que fazia sentido pra ele. É muito difícil montar esse repertório, porque Djavan tem uma discografia imensa. A gente vai trocando convidados, trocando repertório, sentindo o que fez falta em cada praça. Então, se você assistiu hoje, pode vir na próxima — vai ser diferente. Vem conhecer mais do nosso Dja.”

Para encerrar em grande estilo, Mr Dan subiu ao palco e entregou interpretações poderosas de "Tenha Calma", do álbum Malásia, e "Linha do Equador", do clássico Coisa de Acender. O público também vibrou quando ele cantou seus próprios hits: "Melhor Eu Ir" e "Na Nossa Sala".
Ao refletir sobre o atual momento de valorização da música preta no Brasil, Walmir destacou a importância dessa movimentação:
“O movimento de música preta no Brasil sempre existiu, nos quintais, nos bailes black, nas pistas onde a grande mídia não via. A gente juntava 20 mil pessoas. Isso sempre aconteceu. Mas que bom que agora essa música tá nos grandes festivais, nos teatros lotados. A gente enche os teatros com muita gente preta celebrando artistas como Djavan, que transcende gerações. São mais de 40 anos de música preta pra todos. E que bom que cada vez mais pessoas estejam absorvendo isso."
Com casa cheia e emoção à flor da pele, o show foi uma verdadeira celebração à genialidade de Djavan e ao talento de Walmir Borges, que provou mais uma vez sua sensibilidade musical e capacidade de conectar gerações por meio da música.
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