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“Toda criação tem dono”: campanha une artistas por regras éticas para IA na música

  • Foto do escritor: GMA Mídias
    GMA Mídias
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

Movimento liderado pela UBC e Pró-Música Brasil defende um futuro onde criatividade e tecnologia caminhem juntas.


Por Briel Araújo, para o Vivendo de Shows.


A discussão sobre inteligência artificial acaba de ganhar uma nova dimensão no Brasil. A UBC (União Brasileira de Compositores) e a Pró-Música Brasil, junto a representantes da indústria criativa, lançaram a campanha “Toda criação tem dono. Quem usa, paga”, um movimento que coloca cultura, direitos autorais e tecnologia na mesma conversa e convida o público a participar ativamente.


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A ideia é: se a arte nasce do esforço humano, ela precisa ser respeitada também no ambiente digital. E é por isso que o movimento chega com um chamado direto: assinar uma petição que pede um marco regulatório para o uso ético da inteligência artificial na música e nas artes.


A campanha já nasce forte, impulsionada por grandes nomes da música brasileira. Marisa Monte destaca que o debate não é sobre barrar inovação:

“Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas.”

Marina Sena chama atenção para o tamanho do desequilíbrio atual:

“Se há empresas ganhando bilhões, precisam arcar com as consequências.”

E Caetano Veloso reforça a urgência do tema:

“É urgente garantir condições éticas para o uso da inteligência artificial no Brasil.”

IA não é o vilão, o uso sem consentimento, sim

Um dos pontos centrais da campanha é esclarecer que a inteligência artificial pode ser uma grande aliada do processo criativo. O problema aparece quando grandes empresas treinam modelos usando obras protegidas sem autorização, sem transparência e sem pagar nada a quem criou.


Hoje, catálogos inteiros podem ser usados como combustível para algoritmos sem que compositores, intérpretes, produtores, editoras, selos ou plataformas tenham controle ou recebam remuneração. O risco? Um mercado desigual, a diversidade artística ameaçada e toda a economia criativa funcionando em desvantagem diante dos gigantes tecnológicos.


Por que isso importa?

A campanha lembra que arte não surge do nada. Cada música, letra ou obra nasceu de alguém que pesquisou, tentou, errou e acertou até colocar no mundo algo que não existia antes. Quando isso é tratado como “mero dado” para alimentar sistemas, toda a cadeia cultural perde e a sociedade perde junto.


O que a campanha pede

  • Transparência total sobre quais obras são usadas nos treinamentos de IA

  • Obrigação de contratos ou pagamento de licenças quando houver utilização

  • Direito dos titulares de autorizar ou proibir o uso de suas criações

  • Remuneração proporcional quando obras alimentarem modelos que geram lucro


A mensagem é clara: tecnologia e arte precisam caminhar lado a lado, e não competir pelo mesmo espaço.


Como participar

A partir de hoje, 17 de novembro, o público pode aderir ao movimento assinando a petição no site oficial: todacriacaotemdono.com.br


A expectativa é envolver artistas, profissionais da música, consumidores, empreendedores, formuladores de políticas públicas e até o mercado de tecnologia. Afinal, no mundo físico ou digital, toda criação tem dono e quem usa, paga.

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