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Mercado fonográfico brasileiro fatura R$ 3,4 bilhões e cresce 21,7%, em 2024

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    Vivendo de Shows
  • 20 de mar.
  • 2 min de leitura

por Letícia Pinheiro, editora-chefe do Vivendo de Shows


Relatório Mercado Brasileiro de Música 2024 - fonte: Pro-Música
Relatório Mercado Brasileiro de Música 2024 - fonte: Pro-Música

O mercado fonográfico brasileiro alcançou um novo patamar histórico em 2024, superando a marca de R$ 3 bilhões em arrecadação anual pela primeira vez. O faturamento total do setor chegou a R$ 3,486 bilhões, um crescimento expressivo de 21,7% em relação ao ano anterior. Essa expansão coloca o Brasil como o nono maior mercado musical do mundo, mantendo-se acima da média global pelo oitavo ano consecutivo.


O streaming e a consolidação do digital


A digitalização do consumo musical segue sendo o motor da indústria, com o streaming representando 87,6% das receitas totais.


Os serviços de assinatura, como Spotify, Deezer, Apple Music e YouTube Music, responderam por R$ 2,077 bilhões, um aumento de 26,9%.


Enquanto isso, as receitas geradas por streaming gratuito financiado por publicidade cresceram 8,3%, alcançando R$ 479 milhões. Os vídeos musicais interativos também tiveram avanço significativo, movimentando R$ 499 milhões, uma alta de 20,3%.


Apesar da predominância digital, a venda de formatos físicos também surpreendeu. Com um faturamento de R$ 21 milhões, o mercado de mídias físicas registrou seu maior número desde 2017. O vinil foi o principal impulsionador desse crescimento, com um aumento de 45,6%, totalizando R$ 16 milhões. Os CDs ainda resistem, movimentando R$ 5 milhões no período.


O Papel das gravadoras e o desafio da visibilidade


Com quase 200 milhões de faixas disponíveis nas principais plataformas de streaming, o mercado musical está cada vez mais competitivo. O sucesso de um artista, que já era um desafio na era dos discos físicos, tornou-se ainda mais disputado no meio digital, onde algoritmos e estratégias de marketing digital definem a visibilidade.


Segundo Paulo Rosa, presidente da Pro-Música Brasil, essa dinâmica exige investimentos cada vez maiores em produção, promoção e distribuição, papel desempenhado tanto por grandes gravadoras quanto por selos independentes.


“Das mil gravações mais acessadas no streaming musical brasileiro, 76% são de artistas nacionais, o que reflete a força da música brasileira no país. No entanto, essa popularidade também implica uma concorrência feroz por espaço e engajamento”, destaca Rosa.

Arrecadação de direitos e sincronização em expansão


Outra fonte crescente de receitas no setor foi a arrecadação de direitos conexos, que englobam a execução pública para produtores, artistas e músicos. Em 2024, essa modalidade somou R$ 386 milhões, um crescimento de 14,9%. Também houve um avanço expressivo na sincronização de músicas em publicidade, filmes e séries, que arrecadou R$ 19 milhões, um aumento de 36%.


Tendências e projeções para o futuro


O crescimento do setor fonográfico brasileiro reflete não apenas a força do streaming, mas também a capacidade de adaptação do mercado às novas formas de consumo. A expansão do setor acima da média global indica que o Brasil tem um mercado altamente engajado e em constante evolução.


Para Eduardo Rajo, Diretor Financeiro e de Novos Negócios, “o grande desafio para os próximos anos será equilibrar o crescimento digital com novas formas de monetização para artistas e produtores. Com a consolidação do streaming, o setor está bem posicionado para avanços ainda mais robustos”.


Diante desse cenário, o Brasil segue como um dos mercados musicais mais dinâmicos do mundo, unindo tradição e inovação para se manter na vanguarda da indústria global.

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